Quem inventou o minuto de silêncio?
A quem homenageava?
Pois não é que essa homenagem hoje universal foi criada pelo Senado de Portugal para expressar o pesar da nação portuguesa ante o falecimento de nosso Barão do Rio Branco, Patrono da diplomacia brasileira?! Rio Branco era muito querido e admirado na mãe-Pátria, e sua perda foi ali genuinamente sentida. A proposta inicial dos Senadores era de 10 minutos sem ruído; à medida em que o gesto fúnebre foi-se expandindo, contudo, sua duração foi-se também reduzindo, até chegar ao minuto único, observado no mundo todo na abertura dos eventos mais diversos.
Na Wikipedia há menção a que a primazia poderia ser outra: “Um jornalista de Melbourne, Edward George Honey, foi o primeiro a propor um período de silêncio pelo Dia da Memória Nacional em uma carta publicada no London Evening News em 8 de maio de 1919.”
Erro da Wiki! Como ter precedência por carta, e meramente sugestiva, e muito posterior ao silêncio reverente dos parlamentares lusitanos? A tal carta é de 1919; Rio Branco faleceu a 10 de fevereiro de 1912.
Por que não incluir o minuto afônico no cerimonial da celebração de seu aniversário no Palácio Itamaraty, em Brasília? Até mesmo, quem sabe, fazer com que naquele dia seja observado em todas as nossas repartições no exterior - Embaixadas, Consulados, Delegações ante órgãos internacionais?
É bem verdade que momentos de silêncio podem igualmente ensejar ruído e sentimentos opostos. A Wikipedia escolhe para ilustrar o ponto um exemplo bem brasileiro:
“Jogo Ceará x Fortaleza, em 1984. Antes do jogo, um minuto de silêncio pela morte da mãe do juiz. Aos 5 minutos, o juiz anula um gol do Ceará. E a torcida começa a gritar:
“Órfão da p...!”. “Órfão da p...!”