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Dia do Orgulho Autista: Diplomatas defendem inclusão e adaptabilidade

Aurimar Nunes, ministro de segunda classe, lembra com clareza o impacto do diagnóstico de autismo nível 3, grau mais severo do Transtorno do Espectro Autista (TEA), da filha Bruna, durante missão. "É um diagnóstico que mexe com toda a família. Tanto é que, poucos meses depois da chegada ao Posto, pedi para voltar a Brasília”. 

Desde então, a condição da filha passou a influenciar diretamente os destinos das  remoções. “Eu acho muito difícil vivermos em apartamento, por exemplo, principalmente esses mais próximos uns dos outros. Sempre procuro um lugar que tenha não só serviços de saúde, acompanhamento, cuidados e instituições, mas também estrutura para o nosso dia a dia. Isso pesou quando viemos para Assunção. Buscávamos um lugar onde pudéssemos morar em uma casa, o que, na minha opinião, traz um bem-estar muito maior para a nossa família.”

Quem também entende essa realidade é a ministra de segunda classe e co-fundadora do Comitê das Pessoas com Deficiência do Itamaraty, Christiane Aquino. Mãe do Vito, adolescente de 15 anos com síndrome de Down e autismo, a diplomata reconhece os avanços institucionais, mas afirma que ainda há muito a ser feito. 

“Acho que a gente já avançou bastante, mas ainda há espaço para avançar. Vale a pena destacar a necessidade de uma maior formalização e institucionalização dos direitos das pessoas com deficiência e dos servidores do Itamaraty, por maior inclusão laboral e adaptabilidade.”

Christiane chama atenção para a importância de revisar as regras de remoção, que hoje não consideram as especificidades de todos os Postos. “Quando a gente pede flexibilização das regras, não é a vontade de somente servir em Postos A, até porque há Postos A que não respeitam os direitos das pessoas com deficiência. Na Suíça, por exemplo, as crianças com deficiência são separadas, segregadas da escola regular.”

Outro relato vem de um secretário de primeira classe, que prefere não se identificar. Diagnosticado com autismo aos 40 anos, ele percebeu os sinais da neurodivergência ainda na juventude. Ao longo da carreira, ele conta que enfrentou diversos entraves relacionados ao ambiente de trabalho.

Para o secretário, algumas medidas como espaços físicos adaptados, rotinas bem definidas, o uso de horários flexíveis ou  trabalho remoto contribuem para reduzir o estresse e os estímulos excessivos.

Neste dia 18 de junho,  a ADB Sindical reafirma seu compromisso com a construção de um MRE mais acolhedor, empático e sensível às necessidades das pessoas com autismo, onde cada servidor e cada familiar tenha assegurada sua dignidade e bem-estar. 

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Sindicato realiza edição 2025 do café da manhã com aposentados e aposentadas

Nos dias 30 de maio, 2 e 3 de junho, a ADB Sindical promoveu a  edição 2025 do Café da Manhã com filiados aposentados e filiadas aposentados. Ano passado, o evento já tinha sido realizado em Brasília e no Rio de Janeiro, com grande sucesso. Por demanda de aposentados e aposentadas fora da ativa, este ano, diplomatas de São Paulo também puderam participar do bate-papo. Os encontros  reforçaram o compromisso da entidade em ouvir e atender às demandas de sindicalizados e sindicalizadas, bem como proporcionar um ambiente de interação e troca de experiências.d 

A diretora administrativa do Sindicato e principal interface com aposentados e aposentadas, Barbara Tavora-Jainchill, destacou a importância da iniciativa. “Nós testamos o evento ano passado e deu certo, as pessoas realmente apreciam se encontrar. Este ano, graças à presença do secretário de Gestão de Pessoas do Itamaraty, os aposentados também puderam receber informações a respeito do nosso plano de saúde e do sistema Intratec.”

Além do debate sobre aspectos administrativos, foram tratadas pautas prioritárias da entidade, como o projeto de mudança da sede do sindicato para o Clube das Nações, em Brasília, o novo regime jurídico do Serviço Exterior Brasileiro (SEB), e a criação da Frente Parlamentar em defesa do Serviço Exterior. “Para que isso se materialize, nós contamos com a participação e o engajamento dos aposentados e das aposentadas, que trazem muita experiência nessa comunicação com o Congresso”, afirmou o presidente da ADB Sindical, Gustavo Buttes.

Encontro com a Administração

No Rio de Janeiro e Brasília, o evento teve a presença do Secretário de Gestão de Pessoas, Embaixador Denis de Souza Pinto, que falou sobre a importância da cooperação entre os sindicatos e a Administração do Ministério de Relações Exteriores em prol de pautas de interesse da categoria. “Na nossa realidade de tantas limitações, seja por falta de orçamento, seja por falta de pessoal, nós precisamos ter a cooperação dos sindicatos para que possamos explicar, mobilizar e tentar o mínimo de coordenação com quem está trabalhando e por aqueles que já passaram pelos nossos corredores do Itamaraty.”

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ADB Sindical e Sinditamaraty lançam campanha para construção coletiva do novo Regime Jurídico do SEB

Vamos juntos e juntas construir um novo Serviço Exterior Brasileiro? Com um convite à ampla participação de todas as carreiras que integram o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB Sindical) e o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) lançam, nesta segunda-feira (10), a campanha "Atualiza MRE". A iniciativa busca engajar o quadro funcional na construção de um novo Regime Jurídico do SEB, mais sólido, eficaz e abrangente, que fortaleça a gestão de pessoas e promova o bem-estar e a segurança dos servidores, das servidoras e de suas famílias, no Brasil e no exterior.

A atualização do Regime Jurídico do SEB está prevista no acordo firmado entre a bancada sindical do MRE e o governo federal durante as negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em 2024. O compromisso prevê a elaboração de um novo projeto de lei, que será encaminhado ao Congresso Nacional pelo Executivo.

"Essa é uma grande oportunidade para adequarmos a legislação às demandas atuais das nossas carreiras e prepararmos o SEB para os desafios do presente e do futuro. Construir consenso entre a Administração e as diferentes carreiras será um desafio, mas estamos empenhados, porque temos a certeza de que, juntos, podemos promover mudanças estruturantes na gestão, na capacitação, na valorização e nas carreiras", afirma Ivana Vilela, presidente do Sinditamaraty.

Para Gustavo Buttes, presidente da ADB Sindical, o momento exige envolvimento de toda a categoria. "Há tempos temos apontado falhas no sistema de promoções, a falta de diversidade nos quadros da diplomacia e outros problemas estruturais. Agora, temos a oportunidade de discutir cada um desses pontos e buscar soluções que atendam às demandas de todos e todas, por meio de um processo verdadeiramente colaborativo", destaca.

Como será o processo?

Ao longo da campanha serão abordados temas como valorização das carreiras, promoções, remoções e lotação, diversidade e inclusão, condições de trabalho e gestão de pessoas. Cada assunto seguirá um ciclo de três etapas: (1) apresentação do problema; (2) discussão de soluções e deliberação em enquetes; (3) esclarecimento de dúvidas.

Ao final do processo negocial, o anteprojeto de lei será submetido às Assembleias dos respectivos sindicatos. Somente após essa etapa, a minuta do anteprojeto será encaminhada ao MGI para análise jurídica, antes de seguir para tramitação no Congresso Nacional.

"Temos um longo caminho pela frente, mas sabemos que, juntos e juntas, podemos avançar", reforçam os dirigentes.

Confira abaixo o vídeo-manifesto que inaugura a campanha. Mais informações no hotsite atualizamre.com.br.

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ADB Sindical participa de GT de enfrentamento ao assédio e discriminação no Itamaraty

Na última quinta-feira (16/1), o vice-presidente da ADB Sindical, Raul Torres Branco, participou de uma reunião do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no Itamaraty. Durante o encontro, que também teve participação de representantes do Sinditamaraty e coordenação da presidente do GT, Ministra Maria Rita Faria, o Sindicato defendeu que o grupo tenha como um de seus objetivos propor ajustes em regras e procedimentos internos que favoreçam um ambiente de trabalho saudável e respeitoso para todos.

O propósito da reunião foi apresentar o Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no Itamaraty. O plano prevê ações nos eixos de prevenção, acolhimento e tratamento de denúncias, em alinhamento com o Decreto 12.122/2024, que instituiu o Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação.

A ADB Sindical, que já havia enviado sugestões à primeira versão do plano, destacou também os seguintes pontos a serem aprimorados:

- A necessidade de identificar e abordar as causas sistêmicas do problema e as vulnerabilidades específicas do MRE,

- A importância de combater o “assédio moral organizacional”, que se apresenta no Itamaraty de diversas formas, como:

i. a falta de critérios claros para remoção, lotação e promoção, que gera um ambiente de trabalho propício ao assédio.

ii. a manutenção de diplomatas em condições de trabalho inadequadas, especialmente em postos de sacrifício ou zonas de conflito;

iii. a falta de regulamentação das demandas de trabalho fora do horário de expediente.

A ADB Sindical continuará participando deste processo, e espera garantir a participação das entidades sindicais na Comissão Intersetorial para a governança do Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação (PPEAD-MRE).

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